Presos após brigas de torcidas do Santa Cruz e Sport têm passagens pela polícia por crimes como homicídio, tráfico e roubo; saiba quem são
05/02/2025
Justiça decretou prisão preventiva de 13 homens. Pelo menos seis deles já foram acusados de outros crimes. Torcedores do Santa Cruz e Sport entraram em conflito antes de jogo no Recife
Reprodução/WhatsApp
No sábado (1º), membros de torcidas organizadas do Santa Cruz e do Sport provocaram uma onda de violência horas antes de um jogo entre os dois times. De acordo com a Polícia Civil, 32 pessoas foram detidas e 13 delas tiveram prisão preventiva decretada por causa dos crimes praticados. Muitos dos presos têm passagem pela polícia e respondem por crimes como homicídio, tráfico de drogas e roubo.
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A violência motivou o governo do estado a proibir a participação da torcida em cinco jogos dos dois times, decisão que foi derrubada pela Justiça. As confusões deixaram ao menos 13 homens feridos, dos quais um segue internado.
O g1 teve acesso aos nomes dos 13 homens presos preventivamente pela Polícia Civil. Pelo menos seis deles têm passagem anterior pela polícia.
Confira na lista abaixo os nomes de todos os presos e os crimes pelos quais respondem os que já foram acusados de outros crimes:
Bruno Luan Batista Soares
Tem passagem pela polícia por tráfico de drogas.
Emerson Jose da Silva Junior
Já foi preso e processado criminalmente duas vezes, ambos os casos no Cabo de Santo Agostinho. Em um deles, é acusado de homicídio. No outro, de tráfico de drogas.
Hugo Henrique Martins da Silva
Desde 2023, responde na Justiça a um processo por roubo.
João Victor Antônio da Silva
João Victor Soares da Silva
Atual presidente da torcida organizada do Sport, responde a processo pelo crime de associação criminosa com motivação de intolerância esportiva. Recentemente, também esteve presente em Caruaru, no Agreste, onde liderava a torcida no enfrentamento contra a Polícia Militar num jogo entre Sport e Central.
Lucas Araujo da Paixão
Lucas Melo Gonçalves de Carvalho
Foi preso em 2023 por furto qualificado e corrupção de menores.
Matheus Henrique de Lima Viana
Mikael Joaquim da Silva
Moisés Cordeiro de Moura Filho
Ramon Nogueira da Silva
Thyago Mendes Barbosa
Responde a diversos processos na Justiça, incluindo lesão corporal grave e furto qualificado.
É um dos envolvidos no atentado que deixou seis jogadores do Fortaleza feridos, logo após um jogo contra o Sport, em fevereiro de 2024.
Nesse processo, ele é réu por tentativa de homicídio qualificado, dano qualificado e violência em eventos esportivos, com agravantes de perigo comum e dificuldade de defesa.
Walysson Martins dos Santos
Punição
OAB acompanha punições a membros de torcidas organizadas envolvidos em brigas no Recife
A Lei Geral do Esporte, em vigor no país desde junho de 2023, diz que é crime "promover tumulto, praticar ou incitar a violência ou invadir local restrito aos competidores ou aos árbitros e seus auxiliares em eventos esportivos".
A pena é de um a dois anos de prisão, além de multa. Para se enquadrar na lei, o crime deve ser praticado em um raio de cinco quilômetros ao redor do local do evento esportivo, ou durante o trajeto para o jogo.
Na prática, os tumultos do sábado aconteceram a uma distância de pouco menos de três quilômetros do Estádio do Arruda, na Zona Norte, onde aconteceu o jogo entre Santa Cruz e Sport.
A Comissão de Direito Desportivo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tem acompanhado os casos de violência envolvendo torcedores. De acordo com a vice-presidente da comissão, Nívea Campos, embora a Lei Geral do Esporte preveja punição para crimes mais leves, o que se viu no sábado extrapola o que a legislação esportiva prevê (veja vídeo acima).
"A Lei Geral do Esporte se aplica a delitos mais brandos, o que não foi o que a gente viu no noticiário e nas redes sociais. Ali a gente consegue enxergar que já é aplicável um código penal, porque vai punir de uma forma mais severa, porque o torcedor cometeu crimes contra a sociedade", afirmou.
A advogada afirmou, ainda, que é preciso pressionar o poder público para evitar que esses casos se repitam.
"É preciso cobrar as autoridades públicas, a Delegacia de Repressão à Intolerância Esportiva, o Ministério Público, que não deixem isso acontecer, que mapeiem quem está fazendo parte dessas torcidas, os idealizadores. Porque pelas redes sociais, inclusive, dá para identificar os possíveis membros dessas organizações que cometem crimes", declarou.
Barbárie nas ruas do Recife
Correria e briga de torcedores são registradas antes de jogo entre Santa Cruz e Sport
No último sábado (1º), integrantes de torcidas organizadas do Sport Club do Recife e do Santa Cruz Futebol Clube protagonizaram cenas de violência extrema, transformando ruas do Recife em cenário de guerra, antes de uma partida entre os clubes pelo Campeonato Pernambucano (veja vídeo acima).
Os atos de vandalismo deixaram, ao menos, 13 feridos. De acordo com a Secretaria de Defesa Social (SDS), 13 passaram por audiência de custódia e tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça, sendo encaminhados para o Centro de Triagem de Abreu e Lima (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana.
Após os conflitos, a governadora Raquel Lyra (PSDB), chegou a anunciar a proibição da presença de torcedores em cinco jogos do Santa Cruz e do Sport, mas a medida foi derrubada por um mandado de segurança concedido pelo desembargador Fernando Cerqueira Norberto dos Santos, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
No documento, o magistrado definiu que:
o governo de Pernambuco não deverá impor partidas com portões fechados ao Sport Club do Recife ou a qualquer outro clube esportivo no estado;
durante fevereiro, apenas o time mandante da partida poderá ter torcida dentro do estádio;
os clubes devem fechar o setor destinado às torcidas organizadas, neste mês;
a partir de 1º de março, os times devem implementar o reconhecimento facial e a biometria de todos os torcedores na entrada dos estádios, além de adotar câmeras de vídeo para o monitoramento dos frequentadores. A pena em caso de descumprimento é de R$ 100 mil por jogo.
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